Líder islamita adverte que ataque em Nairobi foi "aviso"
Reivindicado pelos 'shebab', o ataque ao centro comercial 'Westgate' no sábado "foi uma mensagem para os ocidentais que apoiaram a invasão queniana" na Somália "derramando o sangue dos muçulmanos pelos interesses das suas companhias petrolíferas", declarou Ahmed Abdi Godane, numa mensagem transmitida à agência de notícias AFP.
"Retirem as vossas tropas dos Estados islâmicos ou preparem-se para outros banhos de sangue no vosso território", acrescentou, dirigindo-se ao povo queniano.
As forças quenianas retomaram na terça-feira, após quase 80 horas de cerco, o controlo do centro comercial da capital do Quénia.
O ataque fez pelo menos 67 mortos, dos quais 61 civis, quenianos e estrangeiros.
Os combatentes islamitas "enviaram uma mensagem dizendo que a paz está longe enquanto os nossos irmãos muçulmanos forem oprimidos às mãos dos infiéis", prosseguiu Godane na sua mensagem.
"Ao povo queniano, dizemos: entraram numa guerra que não é a vossa (...), desempenharam um papel no massacre cometido pelas vossas forças (...) foram vocês quem elegeu os vossos políticos e são os impostos que pagam que financiam o armamento das forças (...) que massacram os muçulmanos", sustentou.
O exército queniano intervém desde o final de 2011 no sul da Somália, tendo contribuído para desalojar os 'shebab' dos seus bastiões, nomeadamente na cidade portuária de Kismayo, em outubro de 2012.
O contingente queniano está integrado desde meados de 2012 na força da União Africana na Somália (Amisom), financiada pela comunidade internacional.